sábado, 15 de abril de 2017

Nilo Coelho, da seca, da uva e da manga feitos para Petrolina


Escreveu, Marcelo Damasceno           PETROLINA-PE


Os descaminhos de um sertanejo aviltado pela eternizada seca. A descrença nos governos metropolitanos de Pernambuco. As interpretações na opinião pública quanto a sua opção em dar crédito aos governantes militares daqueles atemorizantes anos 1960 num Brasil incerto e vulnerável ao interesse capital de potências do mundo. Um país fragilizado em sua economia e quanto aos pilares que garantissem uma juventude na escola, qualificada. Um país com trabalhadores e a necessidade de serem prestigiados por melhores salários. Um sertão acostumado às intempéries climáticas e sua sociedade devastada na dignidade de pelo menos viver. NILO DE SOUZA COELHO tinha em sua frente, naquele instante quando assinava o termo de sua posse como governador de Pernambuco de 1967 a 1971.

Ele tinha que enfrentar o questionamento de ser governador eleito indiretamente e com a unção oficial dos militares que governavam o país inteiro. E bem antes construíra sua história de homem sertanejo e inconformado, manifestando reiteradamente isto em seus discursos na Assembléia Legislativa de Pernambuco e proclamando toda sua rebeldia quanto às desigualdades regionais a partir do volume e distribuição do recurso público que ignorava sempre a convivência desvantajosa com a seca em Petrolina cidades vizinhas, mesmo, cidades piauienses e baianas, cearenses e por aí sua língua incendiava o debate nacional e local.

Nilo Coelho agora, eleito governador por um Colégio Eleitoral de deputados estaduais sob a orquestra do regime militar começava sua jornada já agendada implicitamente quando sonhava em meio ao debate das eleições de governo para Pernambuco. NILO COELHO tinha a irremovível decisão de procurar dinheiro no exterior. E o fez, assim que sentou na cadeira de mandante do estado. Nilo procurou aproximação com governos estrangeiros e com quaisquer instituições que assinassem algo favorável a uma gente ignorada do mundo. Governador empossado e na plena gestão, NILO COELHO atraíra para sua cidade e seu único sertão de sofrimento,

O Banco Mundial, presidido por ROBERT MAC NAMARA, um experiente consultor social e da economia que impera até hoje no mundo. Este homem era consultor dias antes em seu país do presidente mais carismático nessa marcada vida dos anos 1960 de NILO. Mac Namara fora assessor econômico de Jonh Fitzgerald Kennedy. Nilo terminava o ciclo humilhante de seca em Petrolina com a implantação do PROJETO BEBEDOURO e todas as posteriores benesses da fruticultura irrigada que até rega nossa economia doméstica, gera emprego e renda e manda na irrigação financeira também do comércio local. NILO governava com os olhos fixos em seu conterrâneo,

NILO, sertanejo de quatro costados e acostumado com as dificuldades possíveis e impossíveis. NILO estava consciente de uma melhor convivência com a seca que traçou sempre nosso jeito de vencer o impossível. Se ainda há muito que se fazer e seca a serpentear nosso chão, mas a UVA e a manga vendidas para o mundo moderno, conforme nossos registros e entrevistas com gente poderosa dos ESTADOS UNIDOS, mas NILO COELHO atraiu o capital exterior para fortalecer a exportação do que produzimos. História iniciada por seu pai, o Coronel Clementino Coelho, uma década e tanto antes (dia 08 de Junho de 1952) morto em acidente de carro na estrada que liga Petrolina Salvador, nas proximidades de Tanquinho de Feira. Aquele ciclo do Couro que acaba de ser reiniciado agora por vontade política e administrada por Prefeitura e SEST SENAT e SEBRAE correndo em seu ideário de qualificação.

NILO COELHO atraiu MAC NAMARA para um solo ferido, ferroado, uma PETROLINA, marcado pela implacável seca de sempre. Uma população perturbada em sua calmaria pelo confronto inclemente da fome e da seca.
O Banco Mundial foi sensível ao clamor de NILO COELHO, em primeiro lugar, petrolinense e só depois , governador. Seu apego junto com sua família ao brasão local. As festas carnavalescas e o ciclo junino que lhe intimavam sempre a interromper o que estivesse fazendo para retomar seu aconchego e sua gente próxima e distante de Petrolina dos bons festejos e carnavais inesquecíveis e calendário forte para Santo Antonio, São Pedro e São João.

Nilo governava Pernambuco com a caneta inspirada pela necessidade do sertão todo deste estado mas, explicitamente tatuado no peito por sua PETROLINA que agora surge plena, vigorosa e nova com outra geração de gente pública, comprometida ou não. Petrolina com sua nova geração de empreendedores , uns mais capitalizados, outros mais inadimplentes e quase em ruína fiscal. Petrolina está muito diferente daquele NILO GOVERNADOR que assinou todos os atos e contratos de serviços possíveis para sua esquecida civilização dos horríveis esquecíveis anos 1960 e 1970 no Brasil. Para o bem seja também para o mal.

Hoje, Petrolina lembra serena de seu governador, ainda que biônico, mas que foi senador eleito na urna, (ainda que com regras estranhas da tal contagem de votos das legendas que eram gêmeas e com mesmo nome , ALIANÇA RENOVADORA NACIONAL, ARENA dele e de Cid Sampaio). Foram os votos necessários para derrotar o então JARBAS VASCONCELOS, um pupilo do MDB e seu velho guru, Ulysses Guimarães, que presidia sua agremiação com mão de aço. Uma vez senador e agora na condição de presidente do CONGRESSO NACIONAL em 1983, numa atitude corajosa, rebelou-se contra sua orientação partidária e garantia um novo cenário e proporções sociais e políticas que se entreolham até agora.

Nilo preferia ser presidente do Congresso que ser roto na mortalha de seu PDS, Partido Democrático Social que anunciara Paulo Maluf seu símbolo e sua vontade de ser governo sempre. Nilo abrira o debate da democracia e proclamava ainda que involuntariamente ou não, como um sertanejo pedindo água e dignidade. NILO lembrava que era presidente do CONGRESSO NACIONAL para horas depois despedir-se solitário de sua gente e de Petrolina sob a sentença de um infarto fulminante em São Paulo que lhe arrancou a vida, mas, não levou os segredos de sua PETROLINA de agora.

FOTO/JONAS RAMALHO////

-NILO COELHO no destaque ao centro de terno preto- na extrema direita- Prefeito de Petrolina(1969-19712), SIMÂO AMORIM DURANDO -terno escuro-A SECA- uma visita ao interior rural de Petrolina PE

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