segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Um guardanapo pode rasgar mas é forte pra calçar também


Escrevi, Marcelo Damasceno.



 É um tratado de psicologia sobre casados felizes e infelizes também.
Ouvi certo dia na tevê, num programa de variedades,  o poeta e jornalista gaúcho Fabrício Carpinejar falar de um de seus textos para revista de circulação nacional. Acho que a VIP.

  Ele trata essa tal "DR" que nem deixo começar...kkk...com a serenidade de se ajustar com um frágil guardanapo o ponto certo da mesa sobre quatro pés. De modo que copos e pratos não saiam do lugar. O guardanapo só é lembrado no final da comilança. Pra limpar. E ser jogado fora até mesmo antes dos pratos saírem pra pia. Guardanapos são delicados. Se não souber destacá-los,  rasgam. São finos. Mas tiram  o lodo em torno da boca. Boca que fala e come. E exige em certos casos, o rigor frágil do guardanapo relegado a um canto escuro do armário. Sempre fica pro final.

  Guardanapo que rasga e amassa,  mas resolve na ausência do celular sem net. A conta do bar. O torpedo enxerido da paquera quando se tem timidez em declarar um desejo de namorar ele ou ela. O guardanapo resolve no banheiro quando falta papel higiênico. O guardanapo caso a flanela esteja suja em limpar balcão ou mesa. Também resolve embrulho até de jóias caríssimas.

  Todo casamento ou vida a dois não acha felicidade nos grandes substantivos da casa. Na conta bancária arrogante e rica. No carro cintilante. O guardanapo para a firmeza dessa mesa grande e pesada da vida a dois, chama-se afeto. Afeto em lembrar. Ter saudade. Ter porta aberta para beijar. Ter respeito para aquietar a libido do cônjuge ao revelar que não tá a fim. Esse guardanapo psicológico e emocional vive grudado em nós. Esse afeto para falar sem medo. Esse guardanapo chora e ri,  em pequenos e prazerosos momentos da vida. Com grana, o afeto pede simplicidade. Na pobreza, orienta serenidade.

  A Bíblia está repleta dessa fragilidade do guardanapo nos muitos papos on line de Jesus. Com Madalena e Zaqueu. Com Pedro. Com Pilatos. Com Jairo. Enfim o evangelho carrega essa delicadeza de está atento ao próximo. E entender a necessidade do ajuste da mesa que só um guardanapo resolve em sua fácil adequação ao peso da mesa e desnível do chão. E aí você tem a certeza desse ajuste ao colocar os duros cotovelos da intolerância sobre a mesa.



Fanpage.

#marcelodamascenoemdia

Fotos.

Marcelo Damasceno,
repórter petrolinense.

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