segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O Novo Chico reduzido ao interesse alheio


Por Marcelo Damasceno.
      É repórter político.




  Com sua vazão reduzida ao limite, o capital aquático da Barragem de SOBRADINHO BA, que baixou para preocupantes 700 metros cúbicos por segundo, o RIO SÃO FRANCISCO expõe sua verdade para 505 cidades dependentes do seu leito.

  Nos últimos 40 anos, o NOVO CHICO  está empobrecido literalmente de sua mata ciliar, reduzido em capacidade de navegação a níveis humilhantes. Toda economia produzida pelas embarcações quase zerada. A pesca é temerária na medida em que mais de 200 espécies dos seus peixes sumiram de seu leito. A redução do leito é visível e este NOVO CHICO é o RIO que mais "encolheu" de todas as bacias hídricas das Américas. A irrigação que premia Petrolina, PE, e Juazeiro, BA também lhe dá veneno em troca e a sustentabilidade beira à omissão nossa. Todos os esforços de organicidade ambiental e todo rico ciclo do agronegócio a garantir emprego e renda na economia sanfranciscana não compensam a riqueza adqurida e irresponsável tratamento de intoxicação às águas do NOVO CHICO  agora fragilizado em sua matéria prima e sua composição original.

  A Companhia Hidrelétrica do Vale do São Francisco mantém toda sua gerência técnica distante 700 quilômetros no RECIFE, capital pernambucana. Realidade histórica da CHESF, longínqua desse NOVO CHICO espoliado e agredido. Em ritmo predatório praticado por seus ribeirinhos, às vezes por ignorância e em prática capitalista das indústrias, elétrica e imobiliária, sob esperteza do lucro insensivel. A captação energética das águas deste NOVO CHICO é pretensiosa e privatista. Os serviços essenciais da energia elétrica desprezam essa matriz solar da região semiárida mais espetacular do mundo com seu bioma quase erradicado e sua população humana empobrecida.

  Mesmo todo esforço de desenvolvimento lubrificado por linhas de financiamento fácil e barato foi padastro insensível à emancipação econômica. E isso não é recorrente de cotovelo ideológico da esquerda política.  A "severina" economia próxima à Barragem de SOBRADINHO nesta Bahia, nivela por baixo a capacidade de riqueza social com carimbo e gráficos do IBGE. E qualquer site oficial pode trazer verdade ainda mais volumosa dessa atrocidade. A vazão do NOVO CHICO, em humilhante dado das ciências,  exata e biológica, denuncia nossa incapacidade moral e científica  e vai desperdiçar outra vez, os oportunos milímetros das chuvas. Uma tecnologia de armazenamento hídrico engavetada pelo contraste de gestão estatal sucumbida ao interesse privado das companhias energéticas é a última verdade do NOVO CHICO, empobrecido por sua gente. E explorado ao limite por seus tutores capitalistas.

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