domingo, 28 de maio de 2017

Em nome do pai, do filho e da Praça Dom Malan


Por Marcelo Damasceno
      repórter de Petrolina PE


A Praça Dom Malan volta a ser manchetes nas redes sociais por todo descaso que lhe cerca. A subutilização de importante endereço, lugar de confrontos e festa. Pior do que este descaso é saber que em quatro diferentes gestões, foram colocados tapumes em nome de reformas definitivas e um volume de recurso público considerável. Inúmeras fotografias e denúncias que nos chegam a protestos com poesia inglória que são produzidos em nome da memória da cidade.


O absurdo de árvores erradicadas e esturricadas que testemunham quanta omissão diante do Rio São Francisco e não há desculpas. Água tem e a Praça Dom Malan está incorporada ao cartão postal mais emblemático da cidade. Diante do templo Catedral onde ao seu redor cresce esta cosmopolita civilização. Diante dos olhos da prefeitura e do palácio diocesano, um santuário que antes era povoado de gramíneas e adocicadas flores. Garças e sapinhos enfeitavam em imagens de cimento um pequeno lago onde famílias e crianças foram imortalizadas em flashes nas cores do começo dum preto e branco a verificar a adolescente Petrolina. Um sentimento que glorifica a alma orgulhosa da imagem patriarcal de seu bispo primeiro, Dom António Maria Malan. Os bancos instalados para a boa conversa dominical e as confissões de um primeiro namoro, morrem de inanição expostos à inclemência de muitos sóis. E a praça Dom Malan é atalho de poderosas autoridades locais, entre dirigentes comunitários e secretários municipais, vereadores. Porque dos deputados arriba não se tem notícia da última travessia por esta Praça que é de todo mundo. A certeza da eucaristia onde Deus aponta seu dedo de bênção à multidão de fiéis que reunida lhe adora, lhe rende graças e lhe pede proteção. A vergonha de uma praça que registra a passagem de poetas como Maciel Melo e Virgílio Siqueira, Maviael Melo e Carlos Laerte, Antônio Padilha e Olivá Apolinário, Geraldo Azevedo e Belchior, Cid Carvalho e Marta Luz, Raulino Queiroz e Manuca. Um ofertório de comemorações graciosas entre colegiais ricos e pobres. A Praça Dom Malan.



Fotos.
Carlos Laerte

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