segunda-feira, 24 de abril de 2017

De Jerry Adriani em seu rock doce com Raul Seixas


Por Marcelo Damasceno
      Repórter de Petrolina PE.


 Pra começo de conversa não sou crítico musical, nem biógrafo, tampouco curto música de Jovem Guarda. No máximo, um ouvinte ingênuo do que for boa música.
Cerca de três anos atrás fui a um show de Jerry Adriano aqui em Petrolina, neste solo pernambucano. Sempre fui obcecado porque um senhor doce 'setentão', o Jerry, não envelhecia, não ficara um constrangido e decadente artista. Impressionante juventude e com os preciosos cuidados de receber o avanço da idade com alegria e sensibilidade. Pelo que meu ofício exige, lia sempre sobre Jerry Adriani tratar sobre sua vida artística, incluindo uma nada ortodoxa ligação, amizade profunda mesmo com o lendário Raul Seixas. Duas escalas musicais e da licença poética, diferentes. Uma amizade heterogênea. Mas tanto seu elixir da juventude quanto suas histórias pessoais com Raul Seixas, me empurraram para essa curiosidade aguçada minha. Talvez, neófito de sempre, perceber quanto a vida se explica na convivência dos contrários. Se Jerry preservava suas noites e suas energias, o amigo Raul era sua contrariedade de estilo autofágico, sem piedade da vida que conduzia sedentária, sem regras.

  A regra de Raul Seixas divergia da disciplina e cuidados maiores de Adriani. Quis a oportunidade e sorte que numa noite insone, eu pudesse ouvir uma entrevista de rádio entre Jerry Adriani e Geraldo Freire pela "JORNAL do Commércio". A relação entre Adriani e Seixas. Da absoluta transparência e vida em comum entre Seixas e Adriani numa comovente cumplicidade. Desde as incomuns jornadas alcoólicas de Raul e a compenetrada vida de Jerry, o original paulistano Jair Alves de SOUZA, nascido em 29 de janeiro de1947, roqueiro e romântico. Da influência de Elvis Presley em um dócil rock de Jerry. Essa semelhança de sua voz com o mitologico do Legião Urbana. E do começo de tudo com Raul Seixas em outra nave, receber a singela canção de "doce, doce amor". Da lavra de um extra humano, Raul Seixas a lira em metálico 'iêiêiê'.
Da fusão de vida entre um Raul abstrato em sua 'gitã',  a conversa real de Jerry Adriani. A solene história de cada um de nós, carregou com estridente morte, Raul Seixas, e soube também, iludir um dia de domingo para raptar a vida de Jerry Adriani, entre uma alegria e outra que nos permitiram essa interminável história de sucesso da raça humana, com Jerry Adriani e sua imensa eternidade com Raul Seixas, a partir de agora.

Fotos.
Net divulgação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário